Como foi postado em abril no artigo "Anjos em Alta", onde já anunciava que os anjos iriam dominar as livrarias ou ao menos, ter uma batalha épica entre Vampiros e Anjos, o artigo de hoje que dá nome ao post, foi extraído do site da Revista Época, para ler no site da revista clique aqui, caso contrário, veja abaixo o artigo completo (no fim dele você encontra trechos em PDF de alguns livros):
Vampiros, cuidado com os anjos
Uma nova série de livros traz uma poderosa ameaça ao domínio da turma de Drácula
Danilo Venticinque Com Mariana Shirai
REVELAÇÃO
Com suas batalhas angelicais, o carioca Eduardo Spohr chegou às listas de mais vendidos
Eles estão entre nós – pelo menos é o que dizem. Com a discrição que lhes é peculiar, esforçando-se ao máximo para não serem notados, os anjos participaram de momentos cruciais da história da humanidade. Fazem questão de proteger os mortais enquanto aguardam pelo momento em que anunciarão o fim dos tempos. Antes disso, porém, têm outra missão pela frente: quebrar a hegemonia dos vampiros nas livrarias. O livro A Batalha do Apocalipse, do escritor carioca Eduardo Spohr, provou que os anjos podem vencer essa briga. E ele não está sozinho.
Na década de 90, os anjos abençoaram as prateleiras de autoajuda e esoterismo. Agora, evoluíram para os títulos de ficção. A julgar por seu desempenho recente, tanto no Brasil quanto em outros países, a mudança fez sucesso. A batalha do Apocalipse, de Spohr, já vendeu mais de 10 mil exemplares e está há três semanas na lista de mais vendidos de ficção. Antes dele, o romance Sussurro, da americana Becca Fitzpatrick, chegou à marca de 20 mil livros vendidos no país e mais de 600 mil em todo o mundo. Nos próximos meses, mais títulos sobre anjos deverão chegar às livrarias (leia a tabela abaixo). Caso repitam o sucesso de seus predecessores, os anjos poderão se consolidar como um fenômeno editorial.
Desde a consagração da saga Crepúsculo, vários seres fantásticos tentaram se aproveitar do sucesso dos vampiros para conquistar a atenção do público. Embora tenham vendido alguns milhares de exemplares, não chegaram a balançar o coração dos leitores – e muito menos das leitoras. Afinal, não há autor capaz de convencer uma fã de Edward Cullen a trocar seu vampiro favorito por um zumbi ou outro monstro qualquer.
Com os anjos é diferente. Embora seja natural desconfiar que eles terão o mesmo destino das outras criaturas que ousaram desafiar os vampiros, há motivos para acreditar que podem ter sucesso em sua empreitada. Mais do que os zumbis, lobisomens e até vampiros, os anjos têm um lugar de grande destaque na história da arte e na cultura popular. Para contar a origem de suas diferentes representações é necessário voltar os olhos para a Antiguidade (leia a linha do tempo abaixo). Com a expansão do mercado de livros juvenis e a transformação de seres fantásticos em grandes franquias literárias, era de esperar que as criaturas aladas encontrassem seu espaço.
Para vencer os vampiros não basta imitá-los. É preciso criar novas fórmulas
Outro ponto forte dos anjos é a religiosidade. Por mais que os vampiros sejam admirados, é improvável que alguém acredite neles hoje em dia. Já em anjos... “A ideia de que todos nós temos proteção espiritual vem das origens do homem”, afirma o teólogo Fernando Altemeyer, professor de ciências da religião na PUC-SP. “A humanidade se sente órfã sem ter ninguém para ajudá-la, e em muitas culturas os protetores são descritos como homens alados.”
O apelo universal dos anjos faz com que eles se tornem personagens versáteis, capazes de agradar não apenas aos adolescentes, mas também a outros públicos, como os nerds ou os fãs de suspense. Enquanto os vampiros são definidos por sua sede de sangue (e, às vezes, seus esforços para contê-la), os anjos são criaturas mais complexas, cuja personalidade pode oscilar entre a bondade extrema – os anjos da guarda – e o ápice da maldade – os anjos caídos.
A riqueza da hierarquia angelical é explorada à exaustão por Spohr em seu livro. A batalha do Apocalipse narra o confronto entre os anjos caídos e os exércitos celestiais durante o Apocalipse, desencadeado no ano de 2012. O protagonista é Ablon, um anjo renegado que não pode se juntar às tropas celestes, mas se recusa a servir a Lúcifer. A história é a premissa para uma série de batalhas e revelações em cenários conhecidos dos cariocas, como o Cristo Redentor e a Ponte Rio-Niterói. “Quis colocar o Rio de Janeiro no livro para me aproximar de meus leitores”, diz Spohr. “Achei que poderiam estranhar as paisagens cariocas em um livro de literatura fantástica, mas as pessoas gostaram.” O livro tornou-se um sucesso entre o público nerd, que chegou a ver semelhanças entre a trama de Spohr e obras como O senhor dos anéis e o filme Highlander. Antes de ser lançado, em julho deste ano, pela editora Verus, um selo que pertence ao gigante Record, o livro já havia vendido 4.500 exemplares pela internet, em uma loja on-line destinada ao público nerd. A história é semelhante à de Stephenie Meyer, autora de Crepúsculo, que lançou seu livro de forma independente antes de atrair a atenção das grandes editoras.
Os outros livros sobre anjos não ousam tanto. A maioria prefere seguir os passos de Crepúsculo, com tramas em que garotas se apaixonam por seus zelosos guardadores. Naturalmente, encontraram adeptas entre as fãs de Crepúsculo. “Depois de ler a série, elas acabam migrando para outros livros”, diz Laís Scrivani, dona de um fã-clube de Sussurro. Ela é uma entre milhares de garotas fisgadas pelo anjo Patch, personagem principal do livro. “Ele é um anjo, mas ao mesmo tempo é um bad boy. Não é antiquado como os vampiros.” Quem é mesmo Edward Cullen?
Embora a imitação tenha dado certo nesse caso, é uma estratégia perigosa: a fórmula previsível corre o risco de se esgotar, e é pouco provável que conquiste leitores que já não sejam fãs de Crepúsculo. Para que os anjos vençam os vampiros, é necessário criar novas histórias, como a de Spohr. Pela primeira vez desde que os seres fantásticos entraram na moda, os brasileiros estão na frente.
Ao longo da história, os anjos foram representados pelos homens de diferentes maneiras. a cerâmica, a pintura, a gravura, o teatro e o cinema ilustram essas abordagens
Com as asas de fora
Inspirados em vampiros e em outros seres fantásticos, os anjos prometem conquistar os leitores de diversos gêneros:
Se você se interessou pela obras e quer ler um trecho de algumas delas, escolha o título desejado abaixo e clique sobre ele:
A Batalha do Apocalipse
Fallen
Sussuro
Obs.: Lembrando que todo o conteúdo deste artigo, foi extraído do site da Revista Época.
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